Clarice Lispector

04/08

"Não gosto é quando pingam limão nas minhas profundezas
e fazem com que eu me contorça toda."
(lispector)

"E todos os dias ficarei tão alegre que incomodarei os outros,
o que pouco me importa,
já que eu tantas vezes sou incomodada pela alegria superficial e digestiva dos outros."

(Clarice Lispector)



Já pensou no quanto essas duas frases se entrelaçam, formando um só pensamento, uma só situação?
Quando você consegue mudar exatamente TUDO o que precisa, mas mesmo assim alguns teimam em mexer no que não deve, lembrar... existir! Hoje tudo está sem nexo... mas logo terá, terá menos nexo...






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Perdi o sono, que coisa mais inédita! Sempre durmo até não querer mais...rs... Só quando algo me atormenta, me corrói ao fundo o suficiente para que eu perca aquilo que amo demais nessa vida, que é o sono bendito; daí começo a pensar em tudo...
Tão complexo ser eu...
Cheia de risos mas sempre com algo atormentante em mente...
Mas isso vai ficar pra outra hora!


Vou postar frases aleatórias que andei lendo hoje...


‎"Se você procura alguém coerente, sensato, politicamente correto, racional, cheio de moralismo… Equeça-me! Se você sabe conviver... com pessoas intempestivas, emotivas, vulneráveis, amáveis, que explodem na emoção: acolha-me."



"Não me prendo a nada que me defina! Sou companhia, mas posso ser solidão... tranqüilidade e inconstância, pedra e coração. Sou abraços, sorrisos, ânimo, bom humor, sarcasmo, preguiça e sono. Música alta e silêncio! Serei o que você quiser, mas só quando eu quiser. Não me limito, não sou cruel comigo! Serei sempre apego pelo que vale a pena e desapego pelo que não quer valer. Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato..."

‎"Queria voltar a ser criança,
porque os joelhos ralados
curam bem mais rápidos que
os corações partidos."

" Nessa mesma noite gaguejara uma prece para o Deus e para si mesma: alivia minha alma, faze com que eu sinta que Tua mao esta dada a minha, faze com que eu sinta que a morte nao existe porque na verdade ja estamos na eternidade, faze com que eu sinta que amar nao e morrer, que a entrega a si mesmo nao significa a morte e sim a vida, faze com que eu sinta uma alegria modesta e diaria, faze com que eu nao te indague demais, porque a resposta seria tao misteriosa quanto a pergunta, faze com que eu receba o mundo sem medo, pois para esse mundo incompreensivel nos fomos criados e nos mesmos tambem incompreensiveis, entao e que ha uma conexao entre esse misterio do mundo e o nosso, mas essa conexao nao e clara para nos enquanto quisermos entende-la, abençoa-me para que eu viva com alegria o pao que como, o sono que durmo, faze com que eu tenha caridade e paciencia comigo mesma, amem."

Livro - " Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres" 

"No entanto como seria bom construir alguma coisa pura, liberta do falso amor sublimizado, liberta do medo de não amar... Medo de não amar, pior que o medo de não ser amado."

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Fico com medo. Mas o coração bate.O amor inexplicável faz o coração bater mais depressa. A garantia única é que eu nasci. 
Tu és uma forma de ser eu, e eu uma forma de te ser: Eis os limites de minha possibilidade.

do Livro - Água Viva




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‎"Acho que o processo criador de um pintor e do escritor são da mesma fonte. Quando eu escrevo, misturo uma tinta a outra e nasce uma nova cor." (C L)



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“Olhe, tenho uma alma muito prolixa e uso poucas palavras. Sou irritável e firo facilmente. Também sou muito calmo e perdôo logo. Não esqueço nunca. Mas há poucas coisas de que eu me lembre.” (Clarice Lispector)
“Mas tenho medo do que é novo e tenho medo de viver o que não entendo – quero sempre ter a garantia de pelo menos estar pensando que entendo, não sei me entregar à desorientação.” (Clarice Lispector)
“Ela acreditava em anjo e, porque acreditava, eles existiam.” (A Hora da Estrela). (Clarice Lispector)
“Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome.” (Perto do Coração Selvagem) (Clarice Lispector)
“Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero uma verdade inventada.” (Clarice Lispector)
“Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato… Ou toca, ou não toca.” (Clarice Lispector)
“Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil.” (Clarice Lispector)

“É curioso como não sei dizer quem sou. Quer dizer, sei-o bem, mas não posso dizer. Sobretudo tenho medo de dizer porque no momento em que tento falar não só não exprimo o que sinto como o que sinto se transforma lentamente no que eu digo.” (Clarice Lispector)
“Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.” (Clarice Lispector)
“…estou procurando, estou procurando. Estou tentando me entender. Tentando dar a alguém o que vivi e não sei a quem, mas não quero ficar com o que vivi. Não sei o que fazer do que vivi, tenho medo dessa desorganização profunda.” (Clarice Lispector)
“Eu não sou promíscua. Mas sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes que aqui caleidoscopicamente registro.” (Clarice Lispector)
“Sinto a falta dele como se me faltasse um dente na frente: excrucitante.” (Clarice Lispector)
“Gosto do modo carinhoso do inacabado, do malfeito, daquilo que desajeitadamente tenta um pequeno vôo e cai sem graça no chão.” (Clarice Lispector)
“Não sei se quero descansar,por estar realmente cansada ou se quero descansar para desistir.” (Clarice Lispector)
“Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas… continuarei a escrever.” (Clarice Lispector)
                                                                           

“Sendo este um jornal por excelência, e por excelência dos precisa-se e oferece-se, vou pôr um anúncio em negrito: precisa-se de alguém homem ou mulher que ajude uma pessoa a ficar contente porque esta está tão contente que não pode ficar sozinha com a alegria, e precisa reparti-la. Paga-se extraordinariamente bem: minuto por minuto paga-se com a própria alegria.É urgente pois a alegria dessa pessoa é fugaz como estrelas cadentes, que até parece que só se as viu depois que tombaram; precisa-se urgente antes da noite cair porque a noite é muito perigosa e nenhuma ajuda é possível e fica tarde demais. Essa pessoa que atenda ao anúncio só tem folga depois que passa o horror do domingo que fere. Não faz mal que venha uma pessoa triste porque a alegria que se dá é tão grande que se tem que a repartir antes que se transforme em drama. Implora-se também que venha, implora-se com a humildade da alegria-sem-motivo. Em troca oferece-se também uma casa com todas as luzes acesas como numa festa de bailarinos. Dá-se o direito de dispor da copa e da cozinha, e da sala de estar. P.S. Não se precisa de prática. E se pede desculpa por estar num anúncio a dilacerar os outros. Mas juro que há em meu rosto sério uma alegria até mesmo divina para dar”. (Clarice Lispector)


“Ah, e dizer que isto vai acabar, que por si mesmo não pode durar. Não, ela não está se referindo ao fogo, refere-se ao que sente. O que sente nunca dura, o que sente sempre acaba, e pode nunca mais voltar. Encarniça-se então sobre o momento, come-lhe o fogo, e o fogo doce arde, arde, flameja. Então, ela que sabe que tudo vai acabar, pega a mão livre do homem, e ao prendê-la nas suas, ela doce arde, arde, flameja”. (Clarice Lispector)

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“Não entendo. Isso é tão vasto que ultrapassa qualquer entender. Entender é sempre limitado. Mas não entender pode não ter fronteiras. Sinto que sou muito mais completa quando não entendo. Não entender, do modo como falo, é um dom. Não entender, mas não como um simples de espírito. O bom é ser inteligente e não entender. É uma benção estranha, como ter loucura sem ser doida. É um desinteresse manso, é uma doçura de burrice. Só que de vez em quando vem a inquietação: quero entender um pouco. Não demais: mas pelo menos entender que não entendo”. (Clarice Lispector)
“Meu Deus, me dê a coragem de viver trezentos e sessenta e cinco dias e noites, todos vazios de Tua presença. Me dê a coragem de considerar esse vazio como uma plenitude. Faça com que eu seja a Tua amante humilde, entrelaçada a Ti em êxtase. Faça com que eu possa falar com este vazio tremendo e receber como resposta o amor materno que nutre e embala. Faça com que eu tenha a coragem de Te amar, sem odiar as Tuas ofensas à minha alma e ao meu corpo. Faça com que a solidão não me destrua. Faça com que minha solidão me sirva de companhia. Faça com que eu tenha a coragem de me enfrentar. Faça com que eu saiba ficar com o nada e mesmo assim me sentir como se estivesse plena de tudo. Receba em teus braços meu pecado de pensar”. (Clarice Lispector